
Os caminheiros se reúnem antes das 5 horas na igreja matriz de Nossa Senhora das Dores e, quando o sino tocar, saem na direção do cemitério da Barragem do Patu cantando hinos religiosos. É mais uma Caminhada da Seca lembrando os flagelados e os que morreram no Campo de Concentração de Senador Pompeu, município que fica a 291 quilômetros de Fortaleza. A multidão caminha 3,2 quilômetros, mas há paradas em determinados pontos.
A caminhada se realiza há 26 anos e, cada vez mais, reúne um maior número de pessoas que relembram o flagelo de 1932: os confinados, as vítimas da epidemia de cólera, os que foram enterrados em um cemitério improvisado que ficou conhecido como Cemitério da Barragem. O local é considerado santo pelos participantes que serão acompanhados por padres e religiosos. Nas paradas, os sacerdotes e leigos farão leituras bíblicas e os sobreviventes da seca de 32 farão seus depoimentos.
Muitos crêem e fazem pedidos de graças às "almas da Barragem" e, durante a caminhada, fazem agradecimentos por seus pedidos atendidos. Segundo o padre João Paulo, o objetivo da caminhada é, principalmente, lembrar que ali existiu um campo de concentração e rezar pelos que ali padeceram. As pessoas que participam são de Senador Pompeu e outros municípios do Sertão Central. O campo de concentração já foi objeto dos mais variados estudos, livros e produção de arte. Ali, quando chegam, os fiéis acendem velas e fazem orações.
No cemitério da Barragem estão 1.500 corpos dos 16.221 retirantes, aprisionados no campo de concentração de Senador Pompeu. Conta-se que foi o padre italiano, Albino Donatti, que começou a caminhada, mas já havia a devoção do povo pelas almas dos flagelados. A peregrinação é realizada, anualmente, no segundo domingo de novembro.
SAIBA MAIS
> A seca de 1932 foi uma das maiores da história do Ceará. Fome e doenças como cólera, febre amarela e varíola marcaram aquele povo sofrido pela sede e fome. Senador Pompeu foi uma das cidades que abrigou um dos sete campos de concentração, criados pelo governo da época para deter a vinda de retirantes à Fortaleza.
> Diz a crendice popular que o ano terminado no número dois é sempre de seca. O ano terminado em quatro é sempre de enchente. Seguindo essa lógica, 32 só podia ser período de estiagem. Na concentração de Senador Pompeu, passaram a viver milhares de flagelados de diversos municípios cearenses e de outros estados do Nordeste.
> O governo obrigava as vítimas da seca a trabalhar na construção da barragem do açude Patu. No entanto, repentinamente, a obra teve seus trabalhos paralisados e, junto com a paralisação, o governo deixou de manter o posto de saúde e o setor de fornecimento de alimentos que funcionava no campo. Com isso, os retirantes foram adoecendo e morrendo.
> Atualmente, Senador Pompeu é o único município onde se encontra viva a memória do campo de concentração. O cemitério da Barragem do Patu é considerado um espaço sagrado para visitação. Há romarias, pessoas que rezam e pagam promessas. Os moradores acreditam que as almas dos concentrados são milagrosas, porque sofreram muito.
A caminhada se realiza há 26 anos e, cada vez mais, reúne um maior número de pessoas que relembram o flagelo de 1932: os confinados, as vítimas da epidemia de cólera, os que foram enterrados em um cemitério improvisado que ficou conhecido como Cemitério da Barragem. O local é considerado santo pelos participantes que serão acompanhados por padres e religiosos. Nas paradas, os sacerdotes e leigos farão leituras bíblicas e os sobreviventes da seca de 32 farão seus depoimentos.
Muitos crêem e fazem pedidos de graças às "almas da Barragem" e, durante a caminhada, fazem agradecimentos por seus pedidos atendidos. Segundo o padre João Paulo, o objetivo da caminhada é, principalmente, lembrar que ali existiu um campo de concentração e rezar pelos que ali padeceram. As pessoas que participam são de Senador Pompeu e outros municípios do Sertão Central. O campo de concentração já foi objeto dos mais variados estudos, livros e produção de arte. Ali, quando chegam, os fiéis acendem velas e fazem orações.
No cemitério da Barragem estão 1.500 corpos dos 16.221 retirantes, aprisionados no campo de concentração de Senador Pompeu. Conta-se que foi o padre italiano, Albino Donatti, que começou a caminhada, mas já havia a devoção do povo pelas almas dos flagelados. A peregrinação é realizada, anualmente, no segundo domingo de novembro.
SAIBA MAIS
> A seca de 1932 foi uma das maiores da história do Ceará. Fome e doenças como cólera, febre amarela e varíola marcaram aquele povo sofrido pela sede e fome. Senador Pompeu foi uma das cidades que abrigou um dos sete campos de concentração, criados pelo governo da época para deter a vinda de retirantes à Fortaleza.
> Diz a crendice popular que o ano terminado no número dois é sempre de seca. O ano terminado em quatro é sempre de enchente. Seguindo essa lógica, 32 só podia ser período de estiagem. Na concentração de Senador Pompeu, passaram a viver milhares de flagelados de diversos municípios cearenses e de outros estados do Nordeste.
> O governo obrigava as vítimas da seca a trabalhar na construção da barragem do açude Patu. No entanto, repentinamente, a obra teve seus trabalhos paralisados e, junto com a paralisação, o governo deixou de manter o posto de saúde e o setor de fornecimento de alimentos que funcionava no campo. Com isso, os retirantes foram adoecendo e morrendo.
> Atualmente, Senador Pompeu é o único município onde se encontra viva a memória do campo de concentração. O cemitério da Barragem do Patu é considerado um espaço sagrado para visitação. Há romarias, pessoas que rezam e pagam promessas. Os moradores acreditam que as almas dos concentrados são milagrosas, porque sofreram muito.
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